À conversa com os Duetos de Sofá

Na passada quarta-feira, a Engenharia Rádio esteve à conversa com Adriana Ramos e Teresa Campos, a dupla por detrás dos Duetos de Sofá. Pouco mais de um ano depois de se lançarem nesta aventura, e caracterizadas pelo twist peculiar com que renovam as músicas que conhecemos, contam já com vários covers na bagagem, uma criatividade notória e muita vontade de fazer crescer o seu projeto.

Convidamos a todos que se sentem confortavelmente (nos vossos sofás, de preferência) e desfrutem da entrevista.

Rita (R): Sabendo que são ambas licenciadas em Ciências da Nutrição e que foi a faculdade que vos introduziu uma à outra, gostaria de começar por perguntar-vos qual o percurso que vos trouxe até aos Duetos de Sofá. Como surge este projeto?

Duetos de Sofá (DS): Sim, fomos colegas de anos diferentes, mas acabámos por nos conhecer na tuna, a TAFNUP. Tudo começou de forma muito informal. Quando tocávamos e cantávamos juntas, eram várias as pessoas a comentar que as nossas vozes combinavam muito bem!  Às vezes dizíamos em tom de brincadeira “ah um dia temos de fazer alguma coisa”, mas nada chegou a acontecer. Depois, em 2019, fizemos uma digressão em tuna pelo país e o mesmo comentário mantinha-se. Foi aí que ponderamos fazer alguma coisa. Começamos a ter ensaios e quando conseguimos o primeiro arranjo que considerámos estar bom, gravámos a música e, no mesmo dia, criámos a nossa página de Instagram, mas não foi nada muito pensado ao pormenor. O mais engraçado é que, depois de partilharmos o nosso primeiro vídeo, a página acabou por ficar sem qualquer atividade da nossa parte no mês seguinte (risos).

R: Imagino que encontrar o nome pelo qual vão ser conhecidas não seja fácil. Como chegaram a Duetos de Sofá?

DS: Tudo surgiu no dia em que criámos a página, mas não foi o nosso primeiro nome. O email que está associado à nossa conta de Instagram ainda tem o nome original: “Pé descalço”, que nada tem a ver com música! Duetos de sofá acabou por surgir depois, naturalmente. Após a primeira gravação, tentámos sempre que as seguintes fossem também no sofá, o que acabou por ser a nossa imagem de marca e uma constante nos nossos vídeos.

R: Nas vossas primeiras publicações encontravam-se juntas. Com a chegada da pandemia, tal deixou de ser possível. Como fizeram essa gestão?

DS: Só ficámos verdadeiramente ativas na página na altura da quarentena, em que começámos a estruturar o conteúdo que queríamos lançar. Antes sequer da pandemia, limitava-nos o facto de não podermos estar juntas para gravar, até porque depois estávamos a estagiar em cidades diferentes do país. Com a quarentena percebemos que era possível fazer arranjos à distância, pelo que fomos obrigadas a reformular os nossos métodos de trabalho. Para a primeira música tivemos um mês de ensaios! Agora, numa hora, hora e meia, conseguimos fazer um arranjo.

R: Relativamente a esses arranjos, como se desenvolve o processo criativo desde a escolha da música até chegarem ao resultado final?

DS: A “Bad guy”, que foi a nossa primeira, ou a música do Chico da Tina, por exemplo, foram músicas que na altura estavam em alta e de que gostávamos, por isso achámos pertinente tocar. Já a “Fica tudo bem” era a música que tocávamos sempre que estávamos juntas. Depois, quando tivemos o nosso primeiro convite para tocar num casamento, no verão de 2020, fizemos o esforço para que os arranjos servissem também para publicar na página ou para eventos futuros. Como esta não é a nossa atividade profissional principal, acabamos por rentabilizar o tempo assim.

Relativamente ao arranjo em si, fazemo-lo sempre em conjunto. Escolhemos a música e a tonalidade que que se encaixa melhor em nós. Mantemos a linha original da música, mas acabamos sempre por dar um toque pessoal que a distinga. Na música da Claúdia Pascoal, “Viver”, adicionámos um solo de melódica que não existia e na do Chico da Tina acrescentámos umas vozes iniciais. Gostamos sempre de deixar o nosso cunho pessoal, não só no arranjo vocal, como também na parte instrumental.

 R: No último dia 3 de Dezembro fizeram um ano de Duetos de Sofá. Neste processo, o que destacam como mais e menos agradável?

DS: Uma das partes mais positivas é mesmo o processo da criação e do arranjo musical, além de ser divertido, é muito gratificante! Nem sempre corresponde às nossas expectativas, mas quando corresponde é uma sensação muito boa, especialmente quando conseguimos estar as duas presencialmente e sentimos o espírito de o fazermos juntas. Além disso, com este projeto surgiram oportunidades muito boas, como a possibilidade de ir a um estúdio gravar backing vocals para um CD de outros artistas ou ir tocar a um casamento. E depois há ainda a questão do feedback! Apesar de ainda não termos uma grande projeção, sentimos o carinho de quem nos segue que, mesmo não nos conhecendo, nos deixa mensagens de apoio, partilha os nossos vídeos e demonstra interesse no nosso trabalho.

A parte menos agradável é mesmo a da gravação e edição, gravar várias vezes a mesma coisa até ficar bem e saber lidar com a frustração e stress que advêm. No entanto, o resultado final compensa sempre. 

R: Além do conteúdo musical, acabam por ter uma página de Instagram bastante informativa. Costumam partilhar informação sobre as músicas que tocam ou sobre algum artista ou banda. Que mensagem pretendem passar com o vosso trabalho?

DS: Gostamos de focar a componente de entretenimento que a página pode ter, mas se pudermos entreter alguém de uma forma construtiva, divulgando simultaneamente alguma cultura musical, melhor. É bom ter esse equilíbrio, não queremos ter uma página focada apenas em nós. Ao fazermos covers das músicas acabamos também por divulgá-las e aproveitamos os stories para criar mais algum conteúdo e interação com as pessoas.

R: Em termos futuros, quais são as perspetivas? Algo que possa ser revelado?

DS: Está nos nossos planos gravar um original, mas ainda não sabemos quando. Se as condições atuais o permitissem, gostávamos também de estar a dar pequenos concertos em bares e cafés. Até chegámos a criar uma parceria com as Picnic in box, que iriam permitir essas pequenas atuações, mas o timing pandemia não foi o mais certo e temos de esperar que tudo acalme para que tal seja possível. Entretanto, mais recentemente, temos também um serviço de serenatas que começámos para o dia dos namorados, mas que como correu tão bem, vamos mantê-lo para a posteridade. Por isso, para quem quiser surpreender alguém com uma serenata, com um arranjo feito por nós, especialmente para essa pessoa, desafiamos-vos a que nos mande mensagem!

 

Se ficaste curioso e pretendes seguir mais de perto toda a atividade dos Duetos de Sofá, poderás fazê-lo através da sua página de Instagram, onde assumem uma presença diária, ou através do seu email duetos.de.sofa@gmail.com. 

 

Rita Pereira

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