O Regresso da NBA
O regresso da NBA está marcado para 22 de Dezembro. Após algumas semanas de discussões, o acordo com a associação de jogadores acabou por ser finalizado a 9 de Novembro. Os tradicionais jogos de Natal mantêm-se nos planos, mas a fase regular é encurtada para 72 jogos. No entanto, o aumento dos limites salariais será adiado para a temporada 2021-2022.
O desafio logístico será muito mais complicado no que diz respeito à nova época. Para finalizar a temporada passada, 22 das 30 equipas entraram numa bolha sanitária. Diariamente, todos os que se encontravam na bolha de Orlando eram testados. Não foram registados casos positivos.
Esta época, as equipas jogarão nos respetivos pavilhões. Espera-se um risco de contágio muito mais elevado, devido às viagens que têm de ser realizadas, bem como pelo menor controlo que as equipas terão sobre o tempo livre dos jogadores. Para além disso, estará também a ser negociada a presença de um número limitado de fãs nos recintos desportivos.
Para os finalistas, Los Angeles Lakers e Miami Heat, esta será a off-season mais curta da história da competição, com apenas 7 semanas a separar o último jogo das Finais e o primeiro dia dos campos de treino. Terão sido elementos destas duas equipas a demonstrarem o desagrado com o recomeço da competição no Natal. Por outro lado, 8 das 30 equipas não jogam desde a segunda semana de Março.
Apesar de uma fase regular mais curta, espera-se, mais uma vez, a presença do load management, uma ferramenta que os jogadores têm usado para resistirem ao desgaste da fase regular, não só por questões físicas naturais, mas para poderem apresentar um desempenho melhor na fase de play-offs. No entanto, a NBA decidiu aplicar multas às equipas que descansem estrelas (não lesionadas) em jogos importantes com transmissão nacional. Um braço-de-ferro que não deixa antever uma resolução cordial para breve.
Não só no basquetebol americano surgem as queixas de desgaste e desvalorização da vida pessoal dos jogadores. No futebol europeu, Toni Kroos manifestou o seu descontentamento para com os calendários apresentados pela FIFA e UEFA. Em causa, estão competições que surgiram recentemente (como o alargamento do Mundial de Clubes e a Liga das Nações) e a realização de finais em locais que exigem viagens longas.
Preocupações semelhantes foram levantadas por Kevin De Bruyne. O belga relembrou que nas últimas épocas, tem jogado praticamente sem tempo para férias. Para além das consequências físicas, como o aumento das lesões, é preocupante a saúde mental dos seus colegas de profissão.
A conclusão parece ser transversal a todos os desportos. Os jogadores não desejam parar de jogar. Mas também demonstram que as associações que regem as competições tenham mais preocupações para além dos lucros.
Francisco Caetano
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