Reportagem Vagos Open Air’ 15

 

Nos dias 7,8 e 9 de Agosto realizou-se a sétima edição do Vagos Open Air, um festival dedicado ao metal.

Teve lugar na Quinta do Ega, que desde há três anos serve de palco para um dos maiores encontros nacionais dos amantes de música extrema.

É possível apreciar um crescimento notório ao longo dos seus anos de existência em relação às instalações, à adesão do público e ao número de bandas que compõem o cartaz.

Tem abençoado a comunidade metaleira com um painel variado de bandas, assim como com grandes nomes no espectro da música pesada.

Este ano não foi excepção, tendo como exemplo Within Temptation, Venom e Bloodbath como cabeças de cartaz.

 

Sexta-feira, 7 de Agosto

Por volta das 16 horas, soprando um vento capaz de levantar a barba e os cabelos de qualquer metaleiro, os Scar for Life abriram o festival.

Entre algumas falhas a nível sonoro e vocal, lá preencheram os 30 minutos que lhes couberam naquele início de tarde.

De seguida entraram em palco os Moonshade. Com um som em crescente melhoria, souberam começar a aquecer a audiência.

Em terceiro lugar subiram ao palco os Vildhjarta com os seus ritmos djent satisfazendo principalmente os fãs deste género.

Energético e potente foi o concerto de Heaven Shall Burn, deixando o público ao rubro a cada riff do seu metalcore.

Já era noite quando os Amorphis iniciaram a sua actuação. Foi a segunda vez que estes finlandeses pisaram o palco do Vagos e foram talvez os responsáveis pelo melhor concerto do dia, agradando principalmente aos fãs de longa data, uma vez que apresentaram o “Tales From The Thousand Lakes”, de 1994, na íntegra.

Terminar este primeiro dia de concertos coube aos Within Temptation. Com um espectáculo bem encadeado e com a extraordinária energia da vocalista Sharon den Adel, agradaram principalmente aos seus fãs, tentando trazer algumas músicas do seu reportório mais antigo.

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Within Temptation

Sábado, 8 de Agosto

O dia começou da melhor forma com a actuação dos W.A.K.O., que fizeram movimentar freneticamente a sua legião de fãs e com o habitual wall of death pelo meio.

De seguida foi a vez dos espanhóis Mutant Squad mostrarem o que a Galiza nos pode oferecer na onda do thrash.

Ainda em plena tarde, os aguardados Destruction completaram a onda do thrash deste ano com um poderoso espectáculo, embora o som não os tivesse ajudado a certa altura do concerto.

Ao anoitecer não poderiam ter calhado melhor os sons obscuros e arrastados dos suecos Triptykon.

Seguidamente foi a vez dos Black Label Society, uma das bandas mais aguardadas por abrangerem um público mais vasto. Proporcionaram um bom espectáculo com os solos de guitarra e piano inigualáveis de Zakk Wylde.

A noite terminou com os incontornáveis Venom, com o Senhor Cronos na liderança, não fossem eles uma das bandas que mais marcaram a história do metal mundial desde a década de 70.

Perto das 2 horas, como convidados extra do dia, tocaram os portugueses Filii Nigrantium Infernalium.

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Venom

Domingo, 9 de Agosto

O terceiro e último dia do festival também começou da melhor forma com o verdadeiro Heavy Metal dos Midnight Priest.

O sol ainda queimava quando entraram em palco os australianos Ne Obliviscaris. Eles que pisaram pela primeira vez território nacional, protagonizaram um dos melhores concertos do festival deixando o público arrebatado e os fãs babados com a técnica do baixo de Brendan “Cygnus” Brown e da guitarra de Benjamin Baret, assim como com as melodias do violino e gentileza do vocalista Tim Charles. Até houve tempo para o crowd surf fervoroso por parte do mesmo!

Chegou por fim a hora da verdadeira festa pirata! Responsáveis por isso foram os Alestorm. Não podia ter sido melhor opção colocar estes escoceses no cartaz, em substituição do cancelamento anunciado anteriormente dos Halestorm.

Não faltou paródia nem animação durante a mísera hora de concerto que lhes coube, havendo a oportunidade de ouvir míticos temas como Drink (sim, eles admitiram que só tinham vindo cá para beber a nossa cerveja!), Shipwrecked ou Rum.

Após a festarola, foi altura de acalmar os ânimos e de nos deixarmos levar por melodias israelitas com a subida ao palco dos Orphaned Land. Um excelente concerto com a apresentação de temas não só do mais recente álbum “All Is One”, mas também com temas mais antigos. Como não podia deixar de ser, o frontman Kobi Farhi falou sobre os ideais que movem o trabalho desta banda e conseguiu provar que o heavy metal também tem o dom de unir ideologias e culturas diferentes.

Já pela noite o Thrash dos lendários Overkill arrasaram o recinto, mostrando como são sempre capazes de tomar conta do recado como haviam feito anteriormente na quarta edição do Vagos Open Air.

Para fechar, ficámos com um dos grandes nomes do death metal sueco, os Bloodbath. Desta vez encabeçados pelo vocalista Nick Holmes (também ele frontman dos Paradise Lost), presentearam o público com uma boa dose de som mais extremo, embora não superando as expectativas.

Cerca da uma da manhã os portugueses IronSword, a segunda banda extra convidada, fecharam definitivamente o Vagos deste ano.

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Bloodbath

A última música ouvida no recinto foi o afamado cover da música “Vais Partir” de Clemente, passada na tenda de DJ’S, encerrando assim de uma forma épica mais uma edição do VOA.

Até para o ano!

Por: Margarida Varandas

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