Exposição “Manoel de Oliveira Fotógrafo”

Manoel de Oliveira – o realizador português que marcou pelo seu percurso profissional, numa carreira que deu cunho à evolução cinematográfica portuguesa e à sua visibilidade além fronteiras.

Nascido a 11 de dezembro de 1908, no Porto, filmou até aos 105 dos seus 106 anos de vida, feito que lhe valeu o título de “mais velho realizador em atividade”. Da sua primeira curta-metragem ao seu último filme, distam 84 anos e dezenas de filmes. Contudo, apesar do seu trabalho exímio na denominada sétima arte, a exposição “Manoel de Oliveira Fotógrafo”, em Serralves – na Casa do Cinema Manoel de Oliveira, vem agora revelar uma nova faceta do realizador português, até então desconhecida.

A coletânea de mais de 100 imagens apresentadas nesta exposição, de finais de 1930 a meados de 1950, e com muito poucas reveladas publicamente na época, abre novas perspetivas sobre o enquadramento e interpretação da evolução da obra de Oliveira.

As fotografias mostram a conjugação dos opostos valores clássicos da composição e de um espírito mais modernista, os quais pautaram a primeira fase da sua produção cinematográfica.  As imagens espelham paisagens, retratos e natureza morta, caracterizando-se pelas várias referências à cidade do Porto e pela sua passagem pela aviação.

Para o realizador, a fotografia surgiu como um instrumento de suporte ao seu trabalho cinematográfico, auxiliando-o na construção da sua própria linguagem visual tanto que, a partir de 1956, com o filme “Pintor e a Cidade”, Manoel de Oliveira tornou-se diretor de fotografia dos seus próprios filmes, durante uma década.

A exposição fica patente até dia 18 de abril de 2021, sendo ainda acompanhada por um ciclo de cinema, um programa de conferências e edição de um catálogo. Este catálogo conta com uma apresentação de António Preto, curador do evento, e com a participação de personalidades de renome na área das artes, das quais são exemplo Emília Tavares – conservadora e curadora para a área de Fotografia e Novos Media no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Museu do Chiado, Maria do Carmo Serén – coordenadora no Centro Português de Fotografia, e David Campany – investigador britânico especializado na relação entre cinema e fotografia.

Os bilhetes têm um custo de 12€. Se estás interessado em ter uma visita guiada à exposição, clica aqui.

Para mais informações, podes consultar a página da Fundação de Serralves.

 

Rita Pereira

 

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