Quarto Arbitro #28 – Entrevista Aurora Cunha

Integrou uma geração de ouro do atletismo português. Aurora Cunha não ganhou medalhas olímpicas, mas deixou marca vincada durante mais de vinte anos na alta competição.

Foi a correr à volta da igreja de Ronfe, concelho de Guimarães, durante a adolescência, que percebeu ao que ia na vida adulta. Na altura já recebia o epíteto mediático de “Carlos Lopes de saias”. Em 1978 saltou do clube da terra para o FC Porto, recusando convites dos grandes lisboetas. “O professor Moniz Pereira foi à minha aldeia tentar buscar-me para o Sporting”, recorda.

Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Quarto Árbitro dá voz a uma mulher de convicções marcadas. Aurora Cunha, de 58 anos, é a protagonista da décima edição da temporada. No estúdio a antiga corredora fez uma viagem à sua carreira. Rememorou os sonhos da alta competição. Destacou o combate aos preconceitos entre homens e mulheres no desporto. E contou histórias como ninguém.

De dragão ao peito, Aurora foi campeã mundial de estrada em três anos consecutivos, tendo conquistado as maratonas de Paris, Tóquio, Chicago e Roterdão. Representou ainda Portugal em três Jogos Olímpicos. “Os nossos imigrantes viviam as nossas vitórias”, anota, frisando que durante os anos oitenta e noventa dominou “o fundo e o meio fundo” nas provas nacionais. Especialidades que “estão a passar uma crise muito grande”, considera.

Admiradora de Fernanda Ribeiro e Carlos Lopes, a ex-atleta abandonou a competição em 2000, já sem contrato com o clube azul e branco. Continuou próxima do atletismo, ao colaborar com a Runporto e a Liberty Seguros na defesa de uma vida mais saudável e de um desporto limpo.

O menu da décima edição do Quarto Árbitro contempla ainda duas rubricas. O “Estádio Universitário” foi conhecer a dupla feminina que se sagrou campeã nacional de badminton pela Universidade do Porto. Já no “Olheiro” é destacada a ascensão de Diogo Dalot à titularidade do FC Porto.

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