Julianna Barwick na Galeria Zé dos Bois

Felizmente a digressão europeia de Julianna Barwick passou por Portugal, mais propriamente pela Oficina Municipal do Teatro em Coimbra e também pela Galeria Zé dos Bois em pleno Bairro Alto de Lisboa. O A Outra Dimensão fez as malas e rumou a Sul para assistir ao concerto desta artista norte-americana na Galeria Zé dos Bois, espaço dedicado às artes, que no que se refere à música conta com uma programação de luxo!

O ano de 2011 marca a estreia da artista Julianna Barwick na editora Asthmatic Kitty, e que estreia!

O álbum The Magic Place, que sucede aos dois trabalhos lançados anteriormente por Julianna Barwick, o álbum Sanguine em 2007 e o EP Florine em 2009, lançou a artista nos braços da crítica internacional, e depois de ouvir o álbum é fácil perceber porquê.

Com uma música minimalista e recorrendo ao looping de múltiplas camadas da própria voz, principal instrumento da sua música, Julianna Barwick consegue criar um estilo musical e um ambiente único no mundo da música. Engane-se quem pensar que todas as músicas resultam de uma mesma fórmula e o concerto se torna num espectáculo monótono onde todas as músicas soam da mesma forma. Muito pelo contrário! Cada composição da artista é capaz de acordar em nós diferentes emoções e sensações, encaminhando-nos numa viagem única ao seu próprio mundo. Existem momentos relaxantes na sua música em contraste com momentos inquietantes, em que não nos apercebemos para onde nos dirigimos, mas não conseguimos rejeitar esse caminho.

Timidamente situada atrás de uma mesa onde tinha à sua disposição uns pedais com diferentes efeitos, um microfone e pouco mais, Julianna Barwick concentrou-se principalmente na apresentação do seu mais recente trabalho. Um dos pontos altos da noite foi atingido com a música Prizewinning, onde a sobreposição de várias camadas criadas a partir da sua voz são guiadas por uma faixa de percussão que se vai intensificando ao longo da música, terminando em êxtase. De destacar ainda do seu mais recente trabalho a música Envelop, e uma passagem pelos seus trabalhos anteriores ao som da música Cloudbank. Pelo meio de tudo isto ainda teve momentos de algum embaraço, resultado por exemplo de uma desafinação que passaria despercebida ao público devido a um estado de transe emocional, não fosse a artista apresentar um pedido de desculpas aceite de imediato com uma grande ovação por parte do público. E ainda momentos mais descontraídos em que artista aproveitou para elogiar o público e a cidade de Lisboa, e ainda deu para se despedir do seu pai, que a acompanhou nesta viagem europeia.

Julianna Barwick consegue transformar qualquer local por onde passe com a sua música num local mágico e único, a Galeria Zé dos Bois não foi excepção!

{youtube}RVMRlLkraYw{/youtube}

Galeria Zé dos Bois

A Outra Dimensão #21 – Destaque da semana Julianna Barwick