“Rapaz Ego apresenta a sua Vida Dupla” no Passos Manuel

“Bem vindos ao show Rapaz Ego.” Um show em que a música, a amizade e a boa disposição se unem num incontornavelmente belo fim de tarde. Foi no passado dia 27 de maio, pelas 19h30, que este evento tomou conta do auditório Passos Manuel, no Porto. No segundo de três concertos da digressão, juntamente com a sua banda composta por Rodrigo Andrade e Sousa, Guilherme Tomé Ribeiro e Pedro Galvão Lucas, Rapaz Ego veio apresentar o seu mais recente álbum “Vida Dupla”.

Ainda os músicos não tinham aparecido, já o ambiente festivo estava instalado. Quase que poderíamos estar a entrar na sala de estar de um amigo de um amigo para uma festa em que, mesmo não conhecendo toda a gente, de imediato sabemos que a diversão é garantida. Como seria de esperar, toda a alegria foi direcionada para os artistas, assim que entraram. Estes, com a energia e humor que já são característicos dos músicos da editora Cuca Monga, além de uma atitude e elegância próprios de Rapaz Ego, perceberam rapidamente o que se passava ali. Embora não conseguissem ver as caras que as máscaras escondiam, sentiam “o love no ar”, dizendo que “assim é que é verdadeiro”.

Rapidamente a banda juntou-se à festa, acrescentando-lhe o mais importante: a música. Tocando temas de todo o seu reportório, desde “Levas Aquilo Que Tu Queres“, “Ponto Cruz“, “Ainda Tenho Mentiras Por Contar“, a “Vida Dupla” até às mais recentes “Crime Em Tânger“, “Quero Tanto“, “Grão Mestre“, entre outras, os músicos tocavam com a cumplicidade que só a amizade consegue proporcionar, e com o gosto que apenas a verdadeira paixão permite transmitir. Também eles se divertiam, somando a energia do público à sua numa enorme simbiose de felicidade.

Foi impossível ficar quieto, e, para muitos, sentado. As filas da frente não foram capazes de resistir aos acordes ora suaves, ora rockeiros da banda, levantando-se e dançando no seu lugar. Importante frisar que nenhuma das regras de segurança foi quebrada. Todas as pessoas se encontravam de máscara, com um lugar de distância das restantes. Porém, contando já mais de um ano de pandemia, em que a Cultura tanto sofreu e os concertos foram, por muito tempo, proibidos, o público anseia pelo calor humano e a liberdade de outros tempos, podendo apenas imaginar o que seria aquela hora e meia em tempos sem COVID-19.

Esses tempos hão de voltar. Até lá, fique-nos a celebração da música que vivemos e a merecida e longa ovação em pé que a banda recebeu. E que fique bem claro, Rapaz Ego nos salvou a quinta feira!

 

Mariana Varejão de Magalhães

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