Busílis #33 – Palavras Ditas: Mário Cesariny

Há uma hora. Há uma hora certa, Lisboa 9 de agosto de 1923, nasce Mario Cesariny de Vasconcelos.

Em tertúlias nos cafés lisboetas descobre o movimento neo-realista e numa fase posterior o surrealismo. Quando em 1947 viaja até Paristrava contacto com André Breton, autor do Manifesto Surrealista.

Influenciado por Breton, cria o Grupo Surrealista de Lisboa reunindo personalidades como António Pedro, José Augusto França, Cândido Costa Pinto, Vespeira, João Moniz Pereira e Alexandre O´Neill.

O grupo surge no seio lisboeta como forma de protesto libertário contra o movimento do neo-realismo, fortemente influenciado pela teoria marxista, mas ao mesmo tempo não alinhando com o regime salazarista.

Mais tarde, funda um grupo dissidente “Os Surrealistas”, sendo seguido por António Maria Lisboa, Risques Pereira, Artur do Cruzeiro Seixas, Pedro Oom, Fernando José Francisco e Mário-Henrique Leiria.

Figura maior do movimento surrealista e da cultura portuguesa do século XX, viria a morrer a 26 de novembro de 2006 em Lisboa.

“Mário Cesariny adopta uma atitude estética de constante experimentação nas suas obras e pratica uma técnica de escrita e de (des)pintura amplamente divulgada entre os surrealistas. A sua poesia é animada por um sentido de contestação a comportamentos e princípios institucionalizados ou considerados normais nos campos do pensamento e dos costumes. Ao recorrer a processos tipicamente surrealistas (enumerações caóticas, utilização sistemática do sem-sentido ou do humor negro, formas paródicas, trocadilhos e outros jogos verbais, automatismo, etc.) alcança uma linguagem que sabe encontrar o equilíbrio entre o quotidiano e o insólito.” in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, volume V, Lisboa, 1998

Estou num pedestal muito alto, batem palmas e depois deixam-me ir sozinho para casa. Isto é a glória literária à portuguesa.”

 

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