Vodafone Paredes de Coura – Dia 1: O Início Ideal

O primeiro dia do Vodafone Paredes de Coura fica marcado por atuações surpreendentes, e outras já expectáveis, numa excelente mistura de estilos musicais.

A praia fluvial do Taboão estava já preparada para receber os milhares de visitantes esperados nesta 26ª edição do Vodafone Paredes de Coura. Durante a tarde o calor fez-se sentir e com ele vêm os mergulhos e banhos de sol, sem esquecer os inúmeros barcos e bóias que enchem a água fria do rio Coura. As margens do rio puderam contar ainda com uma tertúlia ambiental que corroboram os esforços feitos pelo festival para o tornar num espaço limpo e sustentável.

Logo na abertura das portas do recinto podiam-se ver muitos festivaleiros ansiosos pelos concertos que iriam marcar o início dos quatro dias de música que invade Paredes de Coura nesta altura do ano. O primeiro dia, que apenas contou com concertos no palco Vodafone, começou às 18h30 ao som de Grandfather’s House. O trio bracarense, que trouxe na bagagem o seu segundo álbum de originais “Diving“, espalhou as suas melodias densas pelo público que já se encontrava no habitat natural da música. Por esta hora, viam-se famílias completas e também muitos grupos de jovens sentados na relva a marcar lugar para os concertos que se seguiam.

Revelação Neozelandesa apaixona Coura

Com o final da tarde chegou também Marlon Williams, o artista Neozelandês que apaixonou os presentes com o seu mais recente álbum “Make Way For Love”. Num álbum dedicado maioritariamente à sua relação anterior, o cantor conquistou o público logo desde o início com a sua primeira música que tocou a solo, trazendo depois os restantes membros da banda para o completar. Foi uma hora cheia de emoção, tendo Marlon referido que esta era a sua primeira vez em Portugal e agradecido ao público pelos momentos de diversão proporcionados. “Come To Me” e “Nobody Gets What They Want Anymore” foram temas bem recebidos e destacáveis, tendo “Party Boy”, uma das mais mexidas, deixado o público mais descontraído. No final, entre aplausos e gritos, desceu do palco para se aproximar do público e cantar o mais próximo possível dos seus ouvintes. O concerto terminou tendo o público aplaudido e agradecido a presença deste artista neste segundo concerto do festival.

Marlon Williams – 1º dia – 15 de Agosto © Hugo Lima

A iniciar a noite, de regresso a Paredes de Coura estiveram os Linda Martini, que começaram com uma das suas músicas mais conhecidas do novo álbum, “LINDA MARTINI”, gravado no final de 2017. “Gravidade” pôs todo o público ao rubro e expectante acerca do que se iria seguir.

Linda Martini -1º dia – 15 de Agosto © Hugo Lima

Os cabeças de cartaz fizeram a noite

E foi com muito prazer que Coura recebeu, pela segunda vez, King Gizzard & The Lizard Wizard. Após uma primeira passagem pelo festival em 2016 que deixou boas memórias, seguiu-se uma nova descarga de excentricidade e energia no palco Vodafone, subindo até na hierarquia do presente cartaz. A banda australiana deu vida ao primeiro dia e não podia ter dado melhor resposta às necessidades do público, em êxtase contínuo desde a primeira música. Seguiram-se, no seu estilo tão próprio, 60 minutos explosivos de psicadelismo, passando por alguns dos 5 memoráveis álbuns produzidos a um ritmo diabólico no ano de 2017. “Cellophane”, de “I’m in Your Mind Fuzz”, foi um dos temas mais antigos. O pico foi, como esperado, em “Rattlesnake”, de “Flying Microtonal Banana” e “People-Vultures” de “Nonagon Infinity”. Mesmo com toda a movimentação, pouca foi a poeira levantada que tanto marcou a atuação de 2016, uma vez que o terreno ainda pouco tinha sido pisado nesta edição. O concerto pecou apenas pelo final, uma vez que todos os presentes esperavam uma segunda entrada em palco.

King Gizzard & The Lizard Wizard – 1º dia – 15 de Agosto © Hugo Lima

The Blaze foi uma das surpresas no cartaz desta edição. A dupla francesa, reconhecida pela sua forte componente de vídeo, teve a difícil missão de fechar o palco principal do primeiro dia, com uma mudança abrupta de género musical após King Gizzard & The Lizard Wizard. Os temas, sempre dançáveis, apelaram fortemente ao lado emocional do público, que recebeu de braços abertos Guillaume e Jonathan Arlic. “Territory”, “Juvenile” e “Heaven” foram algumas das causas de um espetáculo audiovisual avassalador que fez do palco Vodafone uma verdadeira discoteca ao ar livre.

Fechado o palco Vodafone, a multidão seguiu para o palco Vodafone FM, estando tudo pronto para receber Conan Osiris. Passava pouco das 2h da manhã quando o artista, que se mostrou muito confiante, entrou em palco para cerca de uma hora da plena animação que caracteriza os seus espetáculos. Entre “Borrego” e “Adoro Bolos”, o artista excêntrico, que tem vindo a ganhar o seu espaço no panorama musical português através do hype que conquistou pelo seu EP de 2017 “ADORO BOLOS”, teve ainda tempo para a apresentacão de uma nova musica.

A noite terminou com o DJ Nuno Lopes que tem vindo nos últimos anos a marcar presença nos after hours do Vodafone Paredes de Coura.

No segundo dia do festival os grandes nomes serão Fleet Foxes e Jungle, não percam a reportagem da Engenharia Rádio!

Rita Moura, Carlos Silva 

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