Reportagem do concerto de Colour Haze no Hard Club – Porto

No dia 19 de maio a Engenharia Rádio esteve no Hard Club para presenciar a estreia dos Colour Haze no Porto, após a estreia em Portugal no Sonic Blast Moledo 2017.

O concerto teve lugar na sala 1 do Hard Club. Pelas 22h os Jesus The Snake subiram ao palco naquela que seria a primeira de três atuações da noite. O jovem conjunto de Vizela veio apresentar o seu primeiro EP, lançado em 2017, e intitulado “Jesus The Snake”. A banda de prog rock lançou o mote cósmico que teria o seu auge quando os alemães, cabeça de cartaz, subissem ao palco. Protagonizaram um excelente concerto, fortemente influenciado por Pink Floyd. Destaque para o teclista que, sentado em frente ao seu sintetizador, adicionou um toque progressivo e intelectual à performance.

 

 

A segunda banda a subir ao palco foi a dos alemães TAU que vieram a reboque dos compatriotas Colour Haze. O estilo folk repetitivo e hipnotizante foi o que mais vincadamente marcou a atuação da banda. Por vezes alucinante, as guitarras seguiam o vocalista que atava as pontas de todos os instrumentos fazendo crer que estavamos num ritual de uma tribo no norte da Europa.

A hora tão esperada tinha finalmente chegado. Os Colour Haze preparavam-se para entrar e a expectativa subia exponencialmente. Antes disso foi projetado um background colorido com desenhos abstratos que criou o cenário ideal para se assistir a uma das bandas que lidera o movimento psych/stoner rock. O trio alemão abriu com a faixa “She Said” do albúm homónimo de 2012 e no final da primeira faixa o público entra em apoteose e congratula-os com palmas ensurdecedoras. O êxtase foi tal que os próprios não souberam reagir ao imenso carinho com que foram recebidos.

No concerto de sábado fizeram-se acompanhar de um elemento extra nas teclas que acrescentou sonoridades a esta orquestra sublime. Apesar de tocarem uma amálgama de toda a sua discografia, os Colour Haze apresentaram o seu disco de 2017, “In Her Garden”. O tom da guitarra de Stefan Koglek ao vivo foi estonteante e arrebatador. O alemão mostrou uma mestria singular na manipulação das seis cordas assim como o baixista Philipp Rasthofer que acompanhou sempre o ritmo e que resultou numa injeção de energia no público, que vibrava ao invés de acusar fadiga após dois concertos.

A performance durou cerca de duas horas numa ode à musica e ao psicadelismo explosivo. Abandonaram o palco debaixo de um intenso agradecimento que parecia não ter fim, mas ainda assim parecia pouco, tal foi o prazer ao escutá-los. Felizmente, houve tempo para um encore composto por duas músicas, talvez os seus dois maiores êxitos: “House of Rushammon” e “Love”, ambos do disco de 2004 “Colour Haze”. Terminaram em glória e merecidamente ovacionados. Começou a contagem do tempo para o seu regresso.

Fotografias por Pedro Magalhães

João Fonseca

 

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