Concerto: O Gringo sou eu + Sleaford Mods

Hard Club, 21h. Antes dos ríspidos ingleses de Nottingham Sleaford Mods, entra em palco um brasileiro que ao que parece não é nenhum gringo. Pelo menos, comporta-se como uma espécie de híbrido entre um entertainer de um programa de televisão e um rapper dos tempos modernos acompanhado pelas suas máquinas de fazer música, como é o MPC ou um sintetizador.

O Gringo Sou Eu apresentou-se na última segunda-feira, dia 16, animado e motivado para espevitar o público antes dos cabeças de cartaz. Vindo de uma zona industrial perto de São Paulo, revela uma sonoridade de beats associados ao funk brasileiro com toques de hiphop e trap. Tudo isto com uma cobertura de versos instigadores e atentos ao mundo moderno.

A performance foi capaz de deixar “água na boca” àqueles que ainda não conheciam o artista. Fica ainda a nota para as Tukbatuk de Guimarães: um coletivo de 6 mulheres, todas elas tocadoras de um batuque brasileiro improvisado que em bom momento engrandeceu o concerto de O Gringo sou eu.

A seguir tocaram os Sleaford Mods. Já não é a primeira, nem a segunda vez em Portugal. No Porto é a primeira vez no Hard Club.

Ao contrário dos concertos anteriores em solo português, sentiu-se, previsivelmente, um ambiente mais intimista. Percebeu-se que o público que encheu a sala 2 gosta mesmo desta dupla e, de todo, não se importou de pagar 15 euros para os ver e ouvir.

Apresentaram o novo álbum – English tapas, 2017 – e ainda algumas músicas antigas e já conhecidas como Jobseeker, Jolly fucker ou Tied up in Nottz. Andrew Fearn e Jason Williamson, com quase 50 anos, fizeram o que lhes competia e fizeram-no bem. Os 60 minutos de concerto partiram de um ritmo mais lento para um mais rápido terminando em drum and bass com Tweet, tweet, tweet.

Mário Rocha

   

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