O Fantasporto está de volta

Rita Costa Marinho

Numa sala pequena, em que as cadeiras se acotovelavam, enlaçadas em câmaras, pés e tripés, deu-­se uma pequena conversa sobre o festival de cinema mais importante da cidade do Porto. Minto, de Portugal.

Os fundadores Mário Dorminsky e Beatriz Pacheco Pereira, e o jornalista José António Pimenta de França, apresentaram a 37ª edição do festival à comunicação social, tocando nos seus mais variados aspectos. O festival vai
decorrer de 20 de fevereiro a 5 de março, e o seu tema central será “Cinema dos Nossos Tempos”, provindo da necessidade de discutir e compreender a atualidade e todas as suas iminentes consequências, de uma forma inteligente e profunda.  A intenção, como disse Beatriz Pacheco Pereira , é que a experiência do Fantasporto seja : “um olhar sobre o nosso mundo”.

A competição do festival irá abrir, no dia 24 de fevereiro, com o filme “The Age of Shadows” de Jee-woo Kim (vencedor do festival em 2004), e fomentar o interesse, desde o início, de uma das mais importantes áreas deste festival: o cinema oriental.

As secções que separavam as sessões do festival vão se manter; aumentou a diversidade dos países representados no festival (de 17 em 2012 para 60 em 2017) e também o número de convidados, que irão rondar aproximadamente os 150. Surge como novidade a presença de alguns elementos da TV Globo nesta edição, de forma a dar uma perspectiva da comunicação audiovisual em contraste com a da sétima arte; e também a secção Mini-Me, direcionada ao público mais jovem, que irá contar com filmes russos, ingleses, filipinos, entre outros. Vão continuar também a competição de Melhor Escola de Cinema e as diferentes Retrospectivas, entre elas a do Cinema de Ação de Taiwan, e também a do moderno Cinema da Argentina.

Na esfera do cinema português, destacam-se as longas-metragens “A Ilha dos Cães”, último filme de Nicolau Breyner, em estreia mundial no festival, “A Floresta das Almas Perdidas”, “Comboio de Sal e Açúcar” e ainda, “ Rewind”, uma produção suíça com a realização do português Pedro Joaquim. Para fechar esta edição, será projetado o filme :” Através da Sombra” de Walter Lima Jr., uma produção brasileira.

Serão ao todo 96 sessões nas duas salas do Teatro Rivoli, que têm como principal objectivo “ formar pessoas e espectadores cultos”, que não se contentem com aquilo que as distribuidoras portuguesas oferecem; e permitir uma maior conexão entre aqueles que assistem ao filme, e os que o criaram de raiz. Este festival é um projeto de 37 anos, criado por pessoas do Norte, com um enorme reconhecimento internacional. É um dos 3 maiores festivais do Cinema Fantástico, o maior festival de cinema de Portugal, e é, citando novamente Beatriz Pacheco Pereira, : “um acto de cultura.”
Cometam então a loucura de ir, viver, experienciar este festival. E acreditem que, apesar de todo o sangue e tripas à mistura (não fossemos nós do Porto), não se vão arrepender! Afinal, “nós queremos é mostrar filmes!”, como disse Mário Dorminsky, e como ávidos consumidores de imagens que somos, nós queremos é vê-los!

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