Aparentemente já existiam 18 destes; Uma Crítica de Jaws 19

Jaws-19-First-Trailer

Depois de uma série de filmes que tentou de tudo e mais alguma coisa para se manter um franchise relevante na idade moderna, Jaws contribui mais uma vez para o recorde de mais filmes por franchise com Jaws 19.

            Depois da tentativa catastrófica do reboot de Jaws 18, agora o filme irá tentar elevar-se explorando a temática do aquecimento global através de uma invasão mundial de tubarões.

Sinopse

A história segue o bisneto de Quint, um fuzileiro americano de regresso depois do seu serviço militar no médio-oriente de nome Konrad Orcinus Quin (interpretado por Dwayne ‘‘The Rock’’ Johnson). Ele procura criar uma vida calma na ilha de Amity, a sua cidade natal, procurando trabalho e propósito à medida que ele procura voltar a amar depois da sua última relação ter corrido horrivelmente mal.

O que o nosso protagonista desconhece é o facto que, devido à negligência e malícia do governo norte-americano, o aquecimento global que tem acomulado e destruído o ambiente agora tem dado os seus frutos mais nefários até à data: uma invasão global de tubarões que à procura de vingança e um novo lar para as suas famílias.

Juntamente com as deslumbrantes Agente Martha Brody, a Bióloga Matty Hooper (interpretadas, respectivamente, pelas actrizes Megan Fox e Kate Upton) e uma Orca-Cyborg de estimação que fala, esta nova tripulação tripulação terá que juntar esforços para enfrentar esta mais recente crise, impedindo os esforços do Imperador Charcharias XX e a sua Guarda Real Multi-Espécies de Tubarões, corrigindo os pecados dos seus líderes e talvez encontrar amor no caminho.

Observações

            Embora uma oferenda sólida em termos de cinema para as massas, infelizmente nos deparamos sobre mais um exemplo de um filme vario em termos de substância.

            Apesar do nosso protagonista ser rico em carisma (algo que o Rock faz melhor que ninguém em Hollywood), é pena que o dito ‘‘salvador de franchises’’ foi incapaz de ressuscitar este IP gasto e decrépito. Ele dá-nos alguns ‘‘one-liners” engraçados e é sempre interessante ver ‘‘The People’s Elbow’’ a ser desferido contra três tubarões ao mesmo tempo, mas um filme deste género foi demasiado pesado para os ombros de apenas um homem.

            O outro ponto positivo é a inclusão deste vilão e a sua equipa super-sentai. Nota-se que o actor e os escritores por detrás destas cenas foram mais inteligentes que o resto da equipa de produção, resolveram atirar tudo pela janela fora e apenas divertiram-se com a ideia, pelo que nós temos um vilão tão ‘‘over-the-top’’ que até chega a Marte (algo de mais genuíno que o resultado de Jaws 11 que tentou ir ao espaço). E a Guarda Real foi um divertimento autêntico, dando-nos a melhor paródia e celebração da infância super-sentai até à data.

            Porém, todo o resto é que não vai a lado nenhum e falha inacreditavelmente. Para já a Orca-Cyborg que serve de ‘‘sidekick’’ é horrorosa, sendo feita do pior CGI desde os anos 90 (o mesmo com todos os tubarões deste filme), é milagre dizer-se que Sharknado tem tubarões mais convincente que este filme. Adicionando a isto o backstory desnecessariamente negro e deprimente, e o filme cai dois ou três andares cada vez que esta personagem aparece. É uma verdadeira pena quando o performance vocal de Steve Blum não consegue salvar uma personagem.

            A seguir temos o triângulo amoroso forçado entre as personagens principais, que é epicamente doloroso devido à incapacidade destas actrizes darem um bom performance e a agonia de vermos estas a tentarem parecer naturais e pessoas reais numa situação daquelas. E o final na qual decidem ter uma relação poliamorosa de forma a escapar ao drama da escolha parece-me um bocado apressada e pobremente planeada. É difícil ver um filme cujo romance e eroticismo é pior do que aquele exibido em Jaws 6 e Jaws 17.

            E por fim temos o ”setting” e os principais vilões deste filme. Além de serem comicamente malvados e irracionais (até me admira que gente corrupta, gananciosa e criminosa como esta alguma vez iria ser eleita para o poder), o evento despoletador do Aquecimento Global é tão Anos 90 e , pois qualquer criança de 5 anos sabe que com a nossa actual tecnologia de fusão-a-frio tem um impacto mínimo no ambiente, e vivemos numa utopia de economia e consumo sustentável. Juntamente com isto temos o facto que aparentemente este é um 2015 sem viaturas voadoras, a inclusão do qual iria resolver facilmente metade dos conflitos e obstáculos deste filme num instante.

Conclusão

            Devo dizer que este é um novo marco para o franchise em termos de fraca qualidade, mas é algo de esperar visto que tornou-se numa piada de filme que segue e até copia descaradamente todos os mais recentes ‘‘trends’’. Só espero que o talento deste filme consiga ultrapassar este desastre e Max Spielberg consiga desfrutar da oportunidade de realizar um filme com um bom guião.

Adendum: Aparentemente um dos hologramas assustou um cidadão num dos Holomax em Hill Valley, E.U.A., que estás a iniciar rumores de um processo legal contra a Universal por parte de grupos activistas. Caso isto aconteça, o mau ”opening weekend” não será o único problema que este filme terá que enfrentar.

 

Veredito

1/5

Crítica escrita por Tiago Garcia

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