Noites da Queima: Dia 3, Segunda-Feira

É costume dizer, em tom de brincadeira, que o São Pedro protege a semana da Queima das Fitas do Porto sob um manto impermeável, invisível, como favor a Deus Baco, descurando desse tratamento só mais para o final da semana, normalmente nas noites onde o Queimódromo se transforma numa festa mais generalista que académica. Bom, algo deve
mesmo ter acontecido entre os dois, pois dificilmente poderia ter caído mais chuva para os lados de Matosinhos. Mas nem isso prejudicou as actuações dos Azeitonas e de Rui Veloso, ambos bem portuenses e amigos.
Foi com um mar de guarda-chuvas à vista que os Azeitonas pisaram o palco, para arrancar de si mesmos e do próprio público um concerto cheio de classe e energia. Entre os devaneios romântico-pirosos e os toques de pop-rock radiofónica sempre com um tom forte de ironia e gozo puro, os Azeitonas estiveram onde foram feitos para estar: perante uma imensidão de jovens prontos para desfrutar e celebrar ao som dos seus temas. Porque os Azeitonas são mesmo isso, gente já não tão jovem quanto isso, mas ainda dedicada a produzir temas frescos, quase pueris por vezes, para o divertimento de massas, sempre de sorriso na cara. A chuva foi ficando intermitente, mas o público a assistir não: só aumentava, também talvez na expectativa do senhor que se seguia. Desta vez contando com a presença da graciosa Nena, que se “baldou” ao concerto no mesmo sítio de há dois anos atrás por não se encontrar em Portugal, Salsa, Marlon e AJ arrasaram completamente o público presente, certamente sedento de diversão. E foi isso mesmo que os Azeitonas conseguiram proporcionar aos espectadores durante a interpretação dos seus temas mais conhecidos tais como “Café Hollywood”, “Anda Comigo Ver os Aviões”, “Quem és tu miúda” (ao qual muita rapariga gritou numa tentativa de fazerem-se ouvir no palco) entre muitos outros. Um concerto para nunca esquecer, onde nem a
chuva nem o frio afastou o público de boa música.
Pouco depois de ter tido Azeitonas como entrada, o prato forte do dia era algo bem mais tradicional e icónico: O cantor/guitarrista com mais expressão da cidade do Porto, Rui Veloso, a repetir mais uma passagem pela festa dos estudantes. De copo de vinho em punho mas com as pálpebras a pedirem outro descanso, Rui Veloso foi o que se espera sempre dele: Um concerto onde o valor histórico das canções e a emoção por elas despertada junto dos ouvintes sobrepõe-se sempre ao valor técnico e à sobriedade com que as mesmas são executadas. Muito bem acompanhado pela sua banda, onde se destacam nomes como Zé Nabo no baixo ou Miguel Mascarenhas a acompanhar o grande cantor Rui Veloso, que deu o que o público exigia, um passeio livre pelo seu cancioneiro popular, levando muitos estudantes às lágrimas, seja devido ao final de curso, ou à simples bebedeira, com músicas tais como “Não há estrelas no céu”, “Paixão (segundo Nicolau da Viola)”, “Lado Lunar”, “Nunca me esqueci de ti” e outras tantas. Um duplo regresso desta prata da casa, pertencentes a duas gerações tão distintas mas sobejamente apreciadas pelos jovens estudantes, a cumprir com enorme sucesso uma das noites de segunda-feira mais chuvosas da Queima das Fitas de que há memória.
Tiago Magalhães e Pedro Magalhães
É costume dizer, em tom de brincadeira, que o São Pedro protege a semana da Queima das Fitas do Porto sob um manto impermeável, invisível, como favor a Deus Baco, descurando desse tratamento só mais para o final da semana, normalmente nas noites onde o Queimódromo se transforma numa festa mais generalista que académica. Bom, algo devemesmo ter acontecido entre os dois, pois dificilmente poderia ter caído mais chuva para os lados de Matosinhos. Mas nem isso prejudicou as actuações dos Azeitonas e de Rui Veloso, ambos bem portuenses e amigos.
Foi com um mar de guarda-chuvas à vista que os Azeitonas pisaram o palco, para arrancar de si mesmos e do próprio público um concerto cheio de classe e energia. Entre os devaneios romântico-pirosos e os toques de pop-rock radiofónica sempre com um tom forte de ironia e gozo puro, os Azeitonas estiveram onde foram feitos para estar: perante uma imensidão de jovens prontos para desfrutar e celebrar ao som dos seus temas. Porque os Azeitonas são mesmo isso, gente já não tão jovem quanto isso, mas ainda dedicada a produzir temas frescos, quase pueris por vezes, para o divertimento de massas, sempre de sorriso na cara. A chuva foi ficando intermitente, mas o público a assistir não: só aumentava, também talvez na expectativa do senhor que se seguia. Desta vez contando com a presença da graciosa Nena, que se “baldou” ao concerto no mesmo sítio de há dois anos atrás por não se encontrar em Portugal, Salsa, Marlon e AJ arrasaram completamente o público presente, certamente sedento de diversão. E foi isso mesmo que os Azeitonas conseguiram proporcionar aos espectadores durante a interpretação dos seus temas mais conhecidos tais como “Café Hollywood”, “Anda Comigo Ver os Aviões”, “Quem és tu miúda” (ao qual muita rapariga gritou numa tentativa de fazerem-se ouvir no palco) entre muitos outros. Um concerto para nunca esquecer, onde nem achuva nem o frio afastou o público de boa música.
Pouco depois de ter tido Azeitonas como entrada, o prato forte do dia era algo bem mais tradicional e icónico: O cantor/guitarrista com mais expressão da cidade do Porto, Rui Veloso, a repetir mais uma passagem pela festa dos estudantes. De copo de vinho em punho mas com as pálpebras a pedirem outro descanso, Rui Veloso foi o que se espera sempre dele: Um concerto onde o valor histórico das canções e a emoção por elas despertada junto dos ouvintes sobrepõe-se sempre ao valor técnico e à sobriedade com que as mesmas são executadas. Muito bem acompanhado pela sua banda, onde se destacam nomes como Zé Nabo no baixo ou Miguel Mascarenhas a acompanhar o grande cantor Rui Veloso, que deu o que o público exigia, um passeio livre pelo seu cancioneiro popular, levando muitos estudantes às lágrimas, seja devido ao final de curso, ou à simples bebedeira, com músicas tais como “Não há estrelas no céu”, “Paixão (segundo Nicolau da Viola)”, “Lado Lunar”, “Nunca me esqueci de ti” e outras tantas. Um duplo regresso desta prata da casa, pertencentes a duas gerações tão distintas mas sobejamente apreciadas pelos jovens estudantes, a cumprir com enorme sucesso uma das noites de segunda-feira mais chuvosas da Queima das Fitas de que há memória.

Texto e Fotos: Tiago Magalhães e Pedro Magalhães